15 de setembro de 2005

JAZIGO

Corta dos olhos as veias
Escorre a morta o sangue
Semeia de lágrimas o chão
Do corpo o brasão umedece
Já de suor molhado... triste
Resiste o coração ao tombo
O joelho a terra beija num repente
Escombro da sombra de um ser
Pensamento deseja o distante
O oposto a folia o viceja
É quando o rosto chalpiscado de ciúmes
Desfaz os sonhos às pedras
Olha do asfalto o cheiro a única vez
Fervura arrebata ao peito o grande pavor
A mão paralítica se desbota
O temor é tudo o que sobra
A ardura da visão alheia
Incendeia platéia morta de sede
Sedentos pés ferviam na solidão
Do derradeiro vento
O pensamento a assanhar
O acaso deificante traz à porta
O oposto a folia o viceja
É quando o rosto chalpiscado de ciúmes
Desfaz os sonhos às pedras
Olha do asfalto o cheiro a última vez...

(Pedro de Helena - 15/09/05)

Derradeiros pensamentos furtivos, caro Pedro... serão!?
O olhar que não enxerga mais...

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