Deve haver alguma magia estranha
nos dias solitários
tamanha é a medida dos pensamentos
o contrário, pequenez imersa
atravessar descalço nas areias de si
a brisa levar ao coração um leve aperto
a calmaria das águas do mar de nossa vida
deveria ser como algo lúdico e o é
mas o lirismo, que não é comedido,
rasga mais o peito que o pudor.
Eu escrevo sobre a leve escuridão
dos dias solitários
das gotas chorando e rindo
sobre pessoas dormindo e a música que vem da esquina
alguma agitação parecida com palidez.
Em dias solitários nem sempre estamos sozinhos,
ao telefone nada a dizer
o cigarro que se consome quase por si
e pelo vento
aquele carro que parece lhe dizer que do lado de fora há
algo que você não quer ver ou não precisa.
Dos dias solitários
os filmes de alguma bela história
a bela flor em uma poesia desconfiada
a mansura da rede e do vinho
e do vizinho que não mais reclama.
Deve haver alguma magia estranha nos dias solitários.
(Pedro de Helena - 08/01/06)
8 de janeiro de 2006
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