falo por palavras mal ditas, aquelas que decepam-se dos altares e saberes, entrecortando a paciência dos doutos, pretensos versos esculpidos nareia, ao léo... falo decorando as estantes e prateleiras dos biltres, dos bebuns... ante o amor padeço silencioso, a rasgar os verbos dentro de mim e sucumbir os preceitos e conceitos pré-estabelecidos... morosamente verso o meu canto, o meu pranto
meu destino não lido, vivido nas palavras que não sou capaz de mencionar
a rima me põe contra a parede e beija a boca de minha pretensão, excitadas, assim, ficam por horas fazendo de mim seu refém e refúgio... tudo que digo não digo, submergia a cantarolar pífias vaidades dentre encantos e desencontros...
e é só, ante o veraneio de minha vida, um sereno abateu-se sobre o papel, perdi de mim a poesia e as palavras escaparam-me, ao léu...
(Pedro de Helena - 10/07/07)
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