24 de abril de 2008

Esbórnia




















Antes o vinho,
minha sicuta cotidiana...
essas penumbras sociais
essas escusas da vida
essa vadia lua
esse vício
meus corriqueiros reclames
minha solidão...
Estrangular as noites
padecer sob meu próprio veneno...
Antes a esbórnia,
essa inconseqüente...
invade meu peito
rasga os dias
em crepúsculos vagabundos,
famigerados sinos
soam em mim
profanando a verve
a vida, o verme,
verde-azul escuro
deixando-me a noda roxa
das noites,
e a lua, meu contento,
se ri de minha devoção às seis...
alvorecendo minha morte,
exposta no meio da rua...
às seis em ponto
me calo
e por puro deboche cantam
os sinos e o galo...

Nenhum comentário: