6 de setembro de 2005

ANTÔNIA DOMITILA

Andava adoentado, do espírito e do corpo e da mente. Nisso ocorreu a oportunidade de uma autoreflexão sobre mim, sobre a vida. Angustiei a querer escrever e, numa madrugada em que me achava em casa passei-me pra cima de uns papéis, na falta de papéis brancos tive de usar umas páginas de um livro de Antônia Domitila o qual eu editei e essas páginas haviam sobrado por alguns erros que continham. Eis então que, atropelando meus pensamentos e minha trova, ergueu-se em minha fronte uma estrofe do tal livro de Domitila:

"acordou com a certeza de que a loucura
é um desejo que não se pode saciar com nada no mundo
despertou da vida e acordou da insanidade
tornando-se tão lúcida e serena
que logo espantou todos que um dia lhe conheceram"

depois de ler estes versos de Domitila desisti de escrever qualquer coisa, pois eles já tinham expressado tudo o que eu tinha a dizer.

(à Antônia Domitila, poetisa dos anjos e do fogo - 06/09/05)

Nenhum comentário: