5 de junho de 2006

essa tormenta que é viver
essa tormenta

corro e tropeço o tempo inteiro
só não me agarre mais, tempo!

a vastidão de ser
não condiz com a condição de estar

me deixe correr
mesmo que me corte a carne
e me afane a lucidez
mesmo que me desnude
e me arrependa

são tantos laços
ainda que de seda, não os quero
me sufocam até a alma

me deixe correr
mesmo que eu desespere
e me apavore
mesmo que eu chore
ou pareça perecer

me deixe ir ao infinito
perdido

... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

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